09/09/2025
REVISANDO A TEORIA DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
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Foto de Santi Vedrí na Unsplash |
Há muito tempo, o tema avaliação da aprendizagem tem sido foco de vários estudos e debates sobre formas e procedimentos para se analisar o rendimento e desempenho escolar do aluno, buscando maneiras eficientes para fazer com que todos os alunos sejam integrados no processo de aprendizagem.
Teorias norte-americanas sobre avaliação tiveram grande influência no Brasil nos anos de 1960 e repercutem até hoje. Um dos estudiosos que tiveram as ideias por aqui foi Ralph Tyler. Ele propunha a “avaliação por objetivos”. De acordo com esse modelo, o processo se resume a verificar mudanças comportamentais dos alunos. Hoje o que se vê dessa influência é a prática de o professor estabelecer objetivos e verificar, por meio de testes, se foram atingidos.
As ideias do norte-americano Michael Scriven também tiveram grande impacto no Brasil. Em 1967, Scriven, em sua obra “Perspectivas da avaliação curricular”, defendia a necessidade de uma proposta de avaliação formativa, que viesse a complementar a avaliação somativa. Só então começamos a compreender que a avaliação não tem a função determinante para aprovar ou reprovar o aluno.
Durante muitos anos, a avaliação foi usada como medida do conhecimento transmitido – resultado de uma ação pedagógica cuja primeira e única preocupação era a quantidade das informações assimiladas pelo aluno.
Geralmente, nesta ação pedagógica, avaliação é feita a partir de provas, testes e outras formas de mensuração. O professor tenta julgar o desempenho do aluno em função de um “padrão ideal”, relacionando-o segundo uma escala de notas.
A avaliação influência a forma de aprender do aluno e reflete a ação do professor. Essa ação pedagógica se direciona em consonância com os pressupostos básicos e ideologias que lhe servem de suporte. Ou seja, o professor usa os mesmos métodos de avaliação, a que ele foi submetido em sua época escolar.
Uma das grandes dificuldades do sistema de registro da avaliação é que os alunos e pais nem sempre entendem o significado dos conceitos e, portanto, não sabem sobre o que e como os alunos estão sendo avaliados. Torna-se, então, importante explicitar os critérios utilizados pelo professor no seu sistema de registro.
Para muitos professores, antes valia o ensinar. Hoje a ênfase está no aprender. Isto significa uma mudança em quase todos os níveis educacionais: currículo, gestão escolar, organização dos conteúdos, formas de apresentação dos conteúdos, organização da sala de aula, tipos de atividades e, claro, o próprio jeito de avaliar os alunos.
O professor deixa de ser aquele que detém as informações e tem papel de repassá-las aos alunos, para ser um agente mediador, que busca, juntamente com os alunos, a melhor forma para fazer com que todos os alunos avancem em seus conhecimentos. Utilizando-se não somente de provas e testes, o professor também se valerá da observação diária, de forma contínua, de instrumentos variados e multimeios para se verificar o desempenho dos alunos.
Esta nova forma de avaliar, envolve vários aspectos educacionais, pois trabalha com a cooperação e inclusão, ao invés da competição e exclusão e leva em conta a individualidade dos alunos, pois respeita o ritmo que cada criança tem para aprender.
Neste sentido, o professor não pode perder de vista a postura reflexiva da sua prática, e isto implica, observar, anotar, planejar, replanejar e registrar. Para tornar a avaliação mais precisa e abrangente, o professor precisa estar comprometido com a sua prática e saber clara e objetivamente que os resultados da avaliação interessam diretamente a quatro elementos envolvidos:
✔ Alunos: que têm o direito de conhecer o próprio processo de aprendizagem – seus avanços e dificuldades -, para se empenhar na superação de suas dificuldades.
✔ Pais: que são os responsáveis pela educação dos filhos e merecem conhecer os resultados e o andamento do rendimento escolar destes e também são eles os responsáveis por boa parte dos estímulos que eles recebem.
✔ Professor: que precisa constantemente refletir e avaliar a própria prática.
✔ Equipe Escolar: que deve garantir a coerência e a continuidade até o final do percurso escolar dos alunos.
Desta forma, é essencial que o professor conheça cada aluno e as suas dificuldades, para que ele possa refletir sobre a prática, repensar objetivos e propor novos caminhos para que todos alcancem os objetivos.
Referências Bibliográficas:
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar: passado, presente e futuro. São Paulo, Cortez, 2021, 1ª edição.
_________________. Avaliação da Aprendizagem: Componente do ato pedagógico. São Paulo, Cortez, 2011.
_________________. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo, Cortez, 2011.
VASCONCELLOS, Celso. Avaliação da Aprendizagem: Prática de Mudança. Ed. Libertad, São Paulo, 2003.

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